(Bloomberg) – Tendência do real mais apreciado é variável que vai ajudar no controle da inflação e na intenção do Banco Central de fazer normalização parcial da política monetária, diz Fernando Fenolio, economista-chefe da Wealth High Governance.
• Segundo ele, é boa a chance de o BC não precisar subir a Selic a 6,5%, como está precificado. “Pode parar em 5,5%”, diz
• Além do fato novo do câmbio, o hiato do produto aberto é relevante e BC não tem necessidade de frear, mas sim de fazer uma arrumação da economia
• Mesmo com reservatórios baixos levando ao ajuste para cima das projeções de inflação de 2021, a política monetária olha 2022 e esse ajuste de câmbio deve levar os preços de bens industriais a retrocederem, além de ajudar no alívio do preço da gasolina, diz
• Risco pode vir da renovação do auxílio emergencial, previsto para acabar em julho deste ano
• Risco fiscal continua e haverá negociação para orçamento de 2022
– “Mas teto vai subir bastante por ser corrigido no meio do ano, quando inflação estará rodando entre 7,5% e 8%”
– Isso trará cerca de R$ 110 bilhões de folga; algumas despesas anexadas à inflação também serão corrigidas, mas no fim do ano, com índice cedendo para 5%, haverá uma sobra de cerca de R$ 30 bilhões. Será um ponto positivo para Executivo, que definirá alocação com Congresso
• Fenolio tem dúvida se isso vai ser determinante para resultado na eleição, que deve voltar a ser binária
– Calendário eleitoral deve manter cautela do estrangeiro na rolagem da dívida pública, mas há um olhar para preços distorcidos de juros e câmbio, com real barato
• “Bolsa tem motivo para estar onde está e pode ir a 135.000/140.000 pontos” com reabertura fortalecendo a economia e commodities
• Vê PIB 4,4% em 2021, acima do consenso, e em 3,4% em 2022
Por Patricia Lara, em 07.05.2021