Por Karla Spotorno, em 05.07.2021

(Broadcast+) – Quatro grandes assuntos estão na pauta da WHG Asset Management, gestora de fundos de investimento que distribui a cobertura e análise de forma global e temática. São eles: superpotências de inteligência artificial, transformação digital, China e empresas de médio porte (midcaps) europeias. Na primeira “Carta do Gestor” da asset, os sócios Andrew Reider, diretor de investimentos, e Daniel Gewehr, gestor e chefe de análise, explicam que procuram bons ativos nessas áreas em diversos países.

Segundo eles, “existe um mito que gerir fundos globais requer estar baseado em NY ou Londres”. “Nós acreditamos que é possível gerir do Brasil. Por exemplo, dos Top 20 melhores performers da última década em Global Growth, a grande maioria (65%) está fora de NY e Londres”, argumentam.

Em inteligência artificial, a gestora procura empresas que estejam “bem posicionadas para capturar as mega tendências de tech”. São as “hyperscalers”, ou seja, companhias com capacidade de computação e também quantidades de dados incomparáveis conquistadas ao longo de anos de investimentos de tempo e dinheiro. Os profissionais garimpam as empresas dominantes em suas categorias (e-commerce, cloud, computing, publicidade, etc.), com valuations atrativos. “Além do negócio mais conhecido, as gigantes de tecnologia possuem várias joias escondidas. Essas empresas, muitas vezes, têm caixa líquido e se provaram resilientes na crise da covid”.

Sobre transformação digital, os gestores da WHG indicam que o processo apenas começou. “Só as indústrias de varejo (Amazon) e publicidade (Google) foram afetadas por enquanto. (…) Representam uma parcela pequena do PIB americano (12%)”, escrevem. “Indústrias gigantes como imobiliário e construção, transportes, saúde, educação e seguros só começaram a ser atacadas pelas startups. A transformação digital dessas indústrias vai gerar muitos vencedores e perdedores”, afirmam. Um desafio da WHG é descobrir empresas precificadas como “velha” economia e que conseguem fazer a transição para o mundo de tecnologia, o que representa um grande potencial para expansão de múltiplos e crescimento mais forte de lucros.

Já a tese sobre empresas europeias busca desmistificar o “preconceito”, apontando “midcaps” de qualidade, que dominam seus nichos e ainda se mostram “super-estáveis”. “Apelidamos de ‘Wegs’, uma alusão a uma empresa que é um case bem-sucedido conhecido dos investidores brasileiros”, escrevem os gestores. Com juros negativos na Europa, o prêmio de risco delas é muito atraente, segundo a carta da WHG. “A correlação com índices globais também é baixa, ajudando na diversificação do portfólio. Existe o mito de que a performance das ações europeias não é boa. Para surpresa de muitos, a maioria dos países da Europa central e Escandinávia performaram melhor que os Estados Unidos num período de 50 anos.”

Em relação à China, chama atenção a perspectiva de, em menos de dez anos, o gigante asiático ultrapassar os EUA e se tornar a maior economia do mundo. Além dessa jornada de crescimento, que tem como vantagem o fato de a China ter executado uma mudança em sua estrutura – de “investimento em capital fixo (insustentável) para um desenvolvimento baseado na nova economia -, o país é citado pela economia com baixa correlação com o resto do mundo, resiliência durante a pandemia de covid-19 e governo focado em implementar tecnologias revolucionárias.

Esses quatro, entre outros temas, são alguns exemplos dos investimentos nos fundos long only e long biased da WHG. Os dois fundos de ações com essa visão e alocação globais são oferecidos para investidores qualificados, aqueles que têm no mínimo R$ 1 milhão investidos em ativos financeiros.